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Shows sem celulares: moda passageira ou mudança real na experiência musical?
Por Enrique Brazil
Publicado em 23/06/2025 10:08
Novidades

Declaração de Sabrina Carpenter reacende debate sobre o uso de dispositivos eletrônicos em eventos ao vivo

Durante uma entrevista à Rolling Stone, a cantora Sabrina Carpenter reacendeu uma discussão que tem provocado diferentes reações no universo dos shows ao vivo: a proibição do uso de celulares durante apresentações. A artista relatou sua experiência ao assistir a um show do Silk Sonic, projeto de Bruno Mars e Anderson .Paak, em Las Vegas, onde o público teve os celulares bloqueados na entrada. Segundo ela, a ausência de telas tornou o espetáculo uma das vivências mais intensas e emocionantes de sua vida.

Tendência crescente na indústria de shows?

Apesar de não ser uma ideia nova, a proposta de eventos sem celulares vem ganhando força nos últimos anos. Artistas como Jack White, Bob Dylan, Bono e Iron Maiden já adotaram a prática em suas turnês, buscando criar uma atmosfera mais intimista e centrada no presente. A justificativa? Estimular a atenção plena do público e preservar a autenticidade do momento artístico.

Para viabilizar essa proposta, tecnologias como a da empresa Yondr oferecem soluções simples: os celulares são lacrados em bolsas especiais e só podem ser acessados em áreas designadas fora da plateia. Esse sistema já foi utilizado em diversos eventos ao redor do mundo.

Vantagens de uma plateia desconectada

Especialistas em entretenimento e produção musical apontam benefícios relevantes na proibição de celulares em shows:

  • Maior envolvimento e foco do público

  • Preservação da performance, evitando vazamentos e spoilers

  • Fortalecimento da conexão emocional entre artista e plateia

  • Redução de distrações visuais durante o espetáculo

Além disso, muitos relatam que a experiência de estar completamente presente gera lembranças mais vívidas e significativas do evento.

Resistências e preocupações do público

Entretanto, nem todos encaram essa ideia com entusiasmo. Em um cenário onde a produção de conteúdo pessoal é constante, muitos fãs veem a proibição como uma limitação à liberdade individual. Há também preocupações relacionadas à segurança, acessibilidade e à possibilidade de uso emergencial dos aparelhos.

Pesquisas de opinião indicam que, embora muitos espectadores reconheçam os benefícios de uma experiência mais imersiva, boa parte ainda prefere ter a opção de registrar e compartilhar o momento.

Sabrina Carpenter: experiência pessoal inspira mudança profissional

A experiência vivida por Sabrina Carpenter no show do Silk Sonic marcou tanto a artista que ela está considerando adotar a política de "shows sem celulares" em futuras turnês. “Nunca tive uma experiência melhor em um show. Me senti nos anos 70. As pessoas cantavam, dançavam, se olhavam, sorriam… foi lindo”, afirmou.

Sua fala ecoa o desejo crescente de alguns artistas por eventos mais conectados emocionalmente e menos mediados por tecnologia.

Mudança duradoura ou discussão sem fim?

Ainda é cedo para afirmar se os shows sem celulares se tornarão um novo padrão na indústria do entretenimento. No entanto, a discussão vai além da moda ou da polêmica momentânea. Trata-se de um reflexo das transformações na forma como consumimos cultura e vivemos experiências coletivas.

 

Com cada vez mais nomes, como Sabrina Carpenter, explorando esse modelo, a tendência aponta para um caminho onde a conexão real — entre pessoas, com a música e com o momento — pode falar mais alto do que qualquer post ou story.

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