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EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS CAEM TRÊS MESES SEGUIDOS APÓS TARIFAÇO DE TRUMP CONTRA O BRASIL
Por Enrique Brazil
Publicado em 13/11/2025 09:30
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As exportações do Brasil para os Estados Unidos acumularam três meses consecutivos de queda, consequência direta do tarifaço imposto pelo presidente americano, Donald Trump. Em outubro, a redução foi de quase 38% em relação ao mesmo mês de 2024. Apesar disso, o superávit comercial brasileiro alcançou US$ 7 bilhões no período — resultado sustentado pelo aumento de 33,4% nas vendas para a China.

O cenário global se reconfigura após o acordo entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, que suspendeu por um ano as sobretaxas recíprocas. A medida tende a reabrir o mercado chinês para produtos norte-americanos, reduzindo a demanda por itens brasileiros, como a soja. Enquanto isso, o Brasil corre o risco de perder espaço nas negociações que definirão as regras do comércio internacional a partir de 2026.

O encontro entre Lula e Trump, realizado em Kuala Lumpur em 26 de outubro, será decisivo para avaliar possíveis reduções na tarifa de 50% imposta ao Brasil. Segundo o presidente brasileiro, a proposta é iniciar as conversas com taxas zeradas e negociar até o limite de 35% permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

De janeiro a outubro, as exportações brasileiras para os EUA caíram 4,5% — cerca de US$ 1,5 bilhão a menos. O impacto foi compensado parcialmente pela expansão das vendas à China e ao México, que passou a ocupar o segundo lugar entre os maiores importadores de carne brasileira.

Especialistas, como o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral, avaliam que a retirada linear das tarifas é uma estratégia adequada, mas de negociação complexa, já que os EUA incluem temas sensíveis, como big techs e exploração de terras raras.

 

Agora, diante da disposição de Trump em dialogar, cabe ao Brasil agir com rapidez e diplomacia para transformar gestos e fotos em resultados concretos — e assegurar seu espaço entre as duas maiores potências econômicas do planeta.

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