WASHINGTON, D.C. — O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (17) que "nada está descartado" em relação à situação da Venezuela, incluindo a possibilidade de uma invasão militar terrestre por parte das forças americanas.
A declaração foi feita na Casa Branca, em resposta a um repórter que questionou se uma invasão militar estaria descartada, seguindo a fala de Trump na última sexta-feira (14) de que já havia tomado uma decisão sobre o país.
Críticas à Venezuela e Possível Diálogo
Trump justificou a necessidade de "dar um jeito" na questão da Venezuela, alegando, sem apresentar provas, que o país estaria deliberadamente enviando "centenas de milhares de pessoas", incluindo criminosos de prisões, como imigrantes ilegais para os EUA. Essa acusação tem sido uma constante em sua campanha presidencial de 2024.
O republicano também expressou que "em algum momento, provavelmente" conversaria com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para resolver a "questão" do país.
Ameaça de Bombardeios no México e Colômbia
Na mesma coletiva de imprensa, Trump reiterou sua postura agressiva contra o narcotráfico. Questionado se ordenaria bombardeios contra o México para interromper o fluxo de drogas para os EUA, ele respondeu: "Tudo bem por mim".
Ele também mencionou que "destruiria com orgulho" fábricas de cocaína na Colômbia, mas ressalvou: "mas não estou dizendo que farei isso".
⚓ Contexto Militar e Acusações de Narcoterrorismo
As declarações de Trump ocorrem em um cenário de intensa atividade militar dos EUA no Caribe:
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Presença Militar Reforçada: Recentemente, o porta-aviões nuclear USS Gerald R. Ford, o maior do mundo, chegou à área de operações da América Latina para apoiar o desmantelamento de organizações criminosas transnacionais.
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Ataques Recentes: Nos últimos dois meses, as forças dos EUA atacaram mais de 20 embarcações no Caribe e no Pacífico, resultando em mais de 70 mortes. O comando americano classificou os barcos como pertencentes a organizações "narcoterroristas".
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Maduro sob Acusação: O governo americano considera Maduro o líder do "Cartel de los Soles", classificado como organização terrorista internacional. Os EUA dobraram para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à sua prisão. Autoridades americanas afirmam que, nesse contexto, Maduro poderia ser um alvo legítimo em ações contra cartéis.
Há relatos da revista The Atlantic indicando que Maduro estaria disposto a negociar sua saída do poder em troca de anistia e garantias de segurança para viver no exílio.